"Polvilho é 50, batata de real"
Está é uma das muitas propagandas ouvidas nos trens do Rio de janeiro. Há mais ou menos 4 meses fiz a primeira viagem de trem de minha vida. Era de manhã e meu trajeto partia de Duque de Caxias com destino à Central do Brasil. fazia calor e só havia lugar ao Sol. Quer dizer, do outro lado não havia incidência de Sol e até havia vaga, mas ficaria espremida entre outros passageiros. Também havia a opções de trocar de vagão, mas, marinheira de primeira viagem, fiquei tímida em desfilar pelas composições, afinal, poderia cair, esbarrar em um dos milhares de vendedores, ou simplesmente ficar sendo observada por desconhecidos.
Voltando aos ambulantes, eles conseguem fazer a festa de qualquer consumidor. Vendem de tudo. E às vezes vários fazem isso ao mesmo tempo, como aconteceu nessa minha primeira viagem. Pele, barrão de chocolate, caixa de bombons, biscoito salgado, biscoito doce, batata-frita, balas, xuxinha, xuxão, bolsinhas, protetor de Riocard, DVD do artista tal, caneta, chaveiro, além da "Coca, cerveja, água geladinha". Um verdadeiro shopping sobre trilhos.
Imagino que deva ser um negócio lucrativo, ao contrário não haveria tantos "empreendedores" do varejo gastando o gogó (gritando, cantando) e os chinelos em suas idas e vindas, pulando de trem em trem e mudanndo de estações.
Do susto da primeira viagem, hoje uma "habituée" dos trens, os vendedores não me incomodam mais quando tento estudar ou apenas desconsar com os olhos fechados. Até porque cada viagem é uma novidade. A publicidade citada no início deste texto foi feita por um vendedor na viagem na qual esta publicação foi escrita. Porque andar de trem pode render bons resultados. Para este blog e para os ambulantes.
Acontece no coletivo
Muita gente aglomerada e em movimento. Falando, brigando, contando fofocas, lendo, ouvindo música, comendo... É assim todos os dias nos transportes coletivos do Rio de Janeiro. Conheça as histórias vividas - e observadas- pelos colaboradores deste blog dentro dos coletivos.
1 de agosto de 2012
14 de fevereiro de 2012
Quebra-quebra na Central do Brasil, EU ESTAVA LÁ!
Era quinta-feira, acordei atrasado e para não perder a hora resolvi embarcar em um trem, viagem tranquila (mentira, "os 'nem' tavam tudo lá!"), até o meu desembarque na Central do Brasil. Ouvi uma gritaria, vi bombas de gás sendo lançadas e, acreditem, o efeito delas é terrível, pois deixam com falta de ar além de uma forte ardência nos olhos, tiros de bala de borracha sendo disparados contra aquela multidão enfurecida – o que me fez lembrar o Filme "300", quando correram da polícia e vieram em minha direção.
Nesse dia, eu me considerei um verdadeiro atleta, corri muito, mas MUITOOO, passei naquela roleta amarelinha e preta de sujeira, horrível para passar, desci a rampa e quando sai em frente a entrada do Metrô, vi pessoas rolando junto com as lixeiras e, como diria os 'nem', "a porrada estancando" e, na boa, sem exageros, a Central do Brasil estava sendo absolutamente destruída.
Não perdi tempo, sai logo do local para não me expor ainda mais ao risco de levar um tiro ou uma pedrada e uma situação que me revolta é ver que muitas pessoas tumultuam o ambiente, simplesmente por estarem ali como espectadores do show de vandalismo. Agora, vamos combinar que uma coisa não justifica outra, mas que a qualidade do transporte coletivo de um modo geral precisa urgentemente melhorar, isso precisa, mas o povo também não precisa danificar as estações, porque quem paga somos nós!
Quero agradecer a recepção calorosa (e bota calor nisso, pois pegou fogo), da última quinta-feira. Polícia, valeu mesmo meus olhos arderam demais e pensei que minha bonquite estava de volta, por conta da minha falta de ar.
E mais uma coisa, MEU POVO, quebrar estação não resolve o problema, cria mais um e AUTORIDADES, vamos melhorar a qualidade do transporte coletivo no Rio de Janeiro, a população agradece e todos ganham, isso sim é COLETIVO!
Nesse dia, eu me considerei um verdadeiro atleta, corri muito, mas MUITOOO, passei naquela roleta amarelinha e preta de sujeira, horrível para passar, desci a rampa e quando sai em frente a entrada do Metrô, vi pessoas rolando junto com as lixeiras e, como diria os 'nem', "a porrada estancando" e, na boa, sem exageros, a Central do Brasil estava sendo absolutamente destruída.
Não perdi tempo, sai logo do local para não me expor ainda mais ao risco de levar um tiro ou uma pedrada e uma situação que me revolta é ver que muitas pessoas tumultuam o ambiente, simplesmente por estarem ali como espectadores do show de vandalismo. Agora, vamos combinar que uma coisa não justifica outra, mas que a qualidade do transporte coletivo de um modo geral precisa urgentemente melhorar, isso precisa, mas o povo também não precisa danificar as estações, porque quem paga somos nós!
Quero agradecer a recepção calorosa (e bota calor nisso, pois pegou fogo), da última quinta-feira. Polícia, valeu mesmo meus olhos arderam demais e pensei que minha bonquite estava de volta, por conta da minha falta de ar.
E mais uma coisa, MEU POVO, quebrar estação não resolve o problema, cria mais um e AUTORIDADES, vamos melhorar a qualidade do transporte coletivo no Rio de Janeiro, a população agradece e todos ganham, isso sim é COLETIVO!
11 de janeiro de 2012
Viva o verão - parte II
Este janeiro é um mês de temperaturas atípicas no Rio de Janeiro. Enquanto no ano passado o calor derretia os cariocas desde as primeiras horas da manhã, em 2012 a chuva e os dias nublados têm se evidenciado nessas primeiras semanas. Só que os termômetros marcam 28°C, 30ºC, 31°C. Vamos combinar que isso é alto, só que as famosas frentes frias têm amenizado o calor. Mas ainda está calor. Só que há muito carioca que não entende isso. Cariocas queridos, não é porque o Sol não está fritando ovo no asfalto que significa que está frio. Estamos sim no verão, mas com temperatura de primavera (ainda bem, ninguém merece sair do banho já suando). E para que esse papo todo? Para contar mais um causo dentro do coletivo.
Outro dia, no ônibus, em um desses dias nublados, sentei ao lado de uma moça que estava com a janela aberta. Sabe quando você entra no coletivo e escolhe o lugar porque tem mais vento ou porque sabe que não ficará "imprensado" no banco? Pois então, eu escolhi o lugar. Era um dia quente, apenas nublado. E qualquer bicho do mato sabe que, quando o ônibus se movimenta, se a janela estiver aberta, entrará um ventinho.
A criatura decidiu fechar a janela por causa do vento. Só que todas as outras janelas do ônibus também estavam fechadas. Resultado: busão abafado. Mas, quando você pensa que nada pode piorar, Murphy dá um jeitinho. A tal moça do meu lado, que estava com frio e me deixou com calor, estava CHEIA de creme no cabelo e o cheiro de Kolene impestiou o ar que eu respirava.
Acha que é só isso? Não, tem mais. A senhora a minha frente estava com um perfume doce que me deixou com náuseas. Aproveito para dar uma dica: não dá para tomar banho de perfume no verão, porque o cheiro fica mais forte, minha gente! Vamos maneirar.
No fim das contas tive que ficar no meu lugar, sofrendo com o calor e meu nariz sofrendo com odores diversos, porque a meleca do busão estava cheio. Mas aprendi que:
- não sento mais ao lado de pessoas que possam ter usado Kolene
- carioca não sabe distinguir temperatura agradável de frio
- devo evitar ficar perto de peruas, que possam ter tomado banho de perfume.
Outro dia, no ônibus, em um desses dias nublados, sentei ao lado de uma moça que estava com a janela aberta. Sabe quando você entra no coletivo e escolhe o lugar porque tem mais vento ou porque sabe que não ficará "imprensado" no banco? Pois então, eu escolhi o lugar. Era um dia quente, apenas nublado. E qualquer bicho do mato sabe que, quando o ônibus se movimenta, se a janela estiver aberta, entrará um ventinho.
A criatura decidiu fechar a janela por causa do vento. Só que todas as outras janelas do ônibus também estavam fechadas. Resultado: busão abafado. Mas, quando você pensa que nada pode piorar, Murphy dá um jeitinho. A tal moça do meu lado, que estava com frio e me deixou com calor, estava CHEIA de creme no cabelo e o cheiro de Kolene impestiou o ar que eu respirava.
Acha que é só isso? Não, tem mais. A senhora a minha frente estava com um perfume doce que me deixou com náuseas. Aproveito para dar uma dica: não dá para tomar banho de perfume no verão, porque o cheiro fica mais forte, minha gente! Vamos maneirar.
No fim das contas tive que ficar no meu lugar, sofrendo com o calor e meu nariz sofrendo com odores diversos, porque a meleca do busão estava cheio. Mas aprendi que:
- não sento mais ao lado de pessoas que possam ter usado Kolene
- carioca não sabe distinguir temperatura agradável de frio
- devo evitar ficar perto de peruas, que possam ter tomado banho de perfume.
28 de dezembro de 2011
Viva o verão - parte I
Verão é tempo de praia, Sol, piscina, caminhada ao ar livre, Sol, prática de esportes, tomar sorvete, mais Sol e muito mais. No verão carioca, desumano em alguns dias, parece que tudo se intensifica, pela geografia da cidade, pela animação dos turistas e demais moradores.
Tudo muito bom, até a página 2, não é mesmo? Para quem precisa trabalhar, enfrentar coletivos sem ar e com coleguinhas suados, o verão é uó. Outro dia peguei um vagão do metrô que simplesmente não tinha ar condicionado. Estava mais agradável do lado de fora do que dentro da composição. Mas esse primeiro post sobre o verão (ahhh, o verão...) é para contar uma situação dentro de um ônibus, a uma semana do Natal.
Tinha um evento marcado para o sábado dia 17 de dezembro, um dos dias mais quentes do mês. Só que o evento era na hora do almoço (duplicamos ou talvez possamos triplicar o calor). Mas não era só isso. Era um dos primeiros fins de semana com Sol depois de tanta chuva aos sábados e domingos. E ainda estávamos a uma semana do Natal. Resultado: calor, muita gente na rua comprando presentes, muitos querendo ir à praia para aproveitar o dia. E eu só querendo chegar ao meu evento.
Era um churrasco no Alto da Boa Vista. Da Tijuca, onde peguei o ônibus, só há 3 linhas que passam por lá. E como demoram a passam. Fui obrigada a pegar o primeiro ônibus, ou me atrasaria. Peguei justamente a linha que vai pela praia da Barra. Conclusão? Coletivo cheio, muito calor e subindo a 20km/h.
Eu parecia uma chaleira. Acho que naquele dia todos os meus poros resolveram funcionar e liberar suor. Como estava quente. E cheio. E a cada ponto que o motorista parava, subia mais gente rumo à praia. E como aquilo me irritava. Com o peso, o ônibus praticamente subiu se arrastando. Acho que de primeira marcha.
Em determinado ponto, subiu uma senhora com os dois netos, que conseguiram se "acomodar" atrás de mim (estava no banco antes da porta especial para cadeirantes). E eles resolveram "narrar" a viagem inteira. Justo, afinal, criança precisa de distração. Mas aos berros no meu ouvido?
Era um tal de "'Alá' a casa grande!", "'Alá' as 'jaca' grandona!" e "Sabia que se o ônibus cair no barranco ele explode?", que foi o entretemimento da viagem. E isso tudo porque ainda nem era verão. Imagino o que ainda virá pela frente.
Tudo muito bom, até a página 2, não é mesmo? Para quem precisa trabalhar, enfrentar coletivos sem ar e com coleguinhas suados, o verão é uó. Outro dia peguei um vagão do metrô que simplesmente não tinha ar condicionado. Estava mais agradável do lado de fora do que dentro da composição. Mas esse primeiro post sobre o verão (ahhh, o verão...) é para contar uma situação dentro de um ônibus, a uma semana do Natal.
Tinha um evento marcado para o sábado dia 17 de dezembro, um dos dias mais quentes do mês. Só que o evento era na hora do almoço (duplicamos ou talvez possamos triplicar o calor). Mas não era só isso. Era um dos primeiros fins de semana com Sol depois de tanta chuva aos sábados e domingos. E ainda estávamos a uma semana do Natal. Resultado: calor, muita gente na rua comprando presentes, muitos querendo ir à praia para aproveitar o dia. E eu só querendo chegar ao meu evento.
Era um churrasco no Alto da Boa Vista. Da Tijuca, onde peguei o ônibus, só há 3 linhas que passam por lá. E como demoram a passam. Fui obrigada a pegar o primeiro ônibus, ou me atrasaria. Peguei justamente a linha que vai pela praia da Barra. Conclusão? Coletivo cheio, muito calor e subindo a 20km/h.
Eu parecia uma chaleira. Acho que naquele dia todos os meus poros resolveram funcionar e liberar suor. Como estava quente. E cheio. E a cada ponto que o motorista parava, subia mais gente rumo à praia. E como aquilo me irritava. Com o peso, o ônibus praticamente subiu se arrastando. Acho que de primeira marcha.
Em determinado ponto, subiu uma senhora com os dois netos, que conseguiram se "acomodar" atrás de mim (estava no banco antes da porta especial para cadeirantes). E eles resolveram "narrar" a viagem inteira. Justo, afinal, criança precisa de distração. Mas aos berros no meu ouvido?
Era um tal de "'Alá' a casa grande!", "'Alá' as 'jaca' grandona!" e "Sabia que se o ônibus cair no barranco ele explode?", que foi o entretemimento da viagem. E isso tudo porque ainda nem era verão. Imagino o que ainda virá pela frente.
27 de novembro de 2011
Deselegante
Usuária do metrô em horários de pico, a gente vê e escuta muita coisa. Mas uma que me chamou a atenção foi uma senhora que estava sozinha indo da estação Saens Peña para a Central.
Ela estava apoiada na barra que fica bem na direção das portas e, pelo que percebi, estava sozinha. Era baixinha, cabelos brancos e muito resmungona. Queria sair na Central do Brasil. O vagão estava bem cheio. E ficaria lotado justamente na estação que a senhorinha queria descer. Um senhor que estava perto dela sugeriu: "A senhora vai descer na Central? Então é melhor ficar mais perto da porta, porque na Central enche muito". E fez um gesto com a mão indicando o "muito". A senhorinha simplesmente disse que não iria a lugar nenhum, e que desceria na Central. Um rapaz foi perguntar se ela queria sentar e ela respondeu deseducadamente que não queria sentar coisa nenhuma. Um poço de falta de educação.
Já mais perto da Central, o mesmo senhor insistiu novamente para a senhora ficar mais perto da porta ou não conseguiria sair. E ela respondeu grosseiramente de novo.
Quando as portas se abriram na Central, foi aquela confusão. Muitas pessoas entrando, a senhorinha querendo sair, alguns gritavam para ter cuidado com a idosa que queria sair e, no fim das contas, ela não conseguiu descer na estação.
Aí, um zé la do outro lado gritou: "Vai conhecer a Zona Sul, vovó!". E risadas como reposta. Não satisfeito, pronunciou-se novamente: "Var dar uma volta em Copacabana, vovó!" Mais risadas. E a senhorinha resmungando qualquer coisa do tipo "fica com um sorriso na cara, não-sei-o-que-não-sei-o-que-lá", das pessoas que riam dela.
Fiquei me perguntando pra que tanta hostilidade da idosa? Por que as pessoas ficaram de deboche dela? Duas atitudes sem necessidade, que provam que a falta de educação é um dos principais males da sociedade. Como diria uma famosa jornalista, que deselegante.
Ela estava apoiada na barra que fica bem na direção das portas e, pelo que percebi, estava sozinha. Era baixinha, cabelos brancos e muito resmungona. Queria sair na Central do Brasil. O vagão estava bem cheio. E ficaria lotado justamente na estação que a senhorinha queria descer. Um senhor que estava perto dela sugeriu: "A senhora vai descer na Central? Então é melhor ficar mais perto da porta, porque na Central enche muito". E fez um gesto com a mão indicando o "muito". A senhorinha simplesmente disse que não iria a lugar nenhum, e que desceria na Central. Um rapaz foi perguntar se ela queria sentar e ela respondeu deseducadamente que não queria sentar coisa nenhuma. Um poço de falta de educação.
Já mais perto da Central, o mesmo senhor insistiu novamente para a senhora ficar mais perto da porta ou não conseguiria sair. E ela respondeu grosseiramente de novo.
Quando as portas se abriram na Central, foi aquela confusão. Muitas pessoas entrando, a senhorinha querendo sair, alguns gritavam para ter cuidado com a idosa que queria sair e, no fim das contas, ela não conseguiu descer na estação.
Aí, um zé la do outro lado gritou: "Vai conhecer a Zona Sul, vovó!". E risadas como reposta. Não satisfeito, pronunciou-se novamente: "Var dar uma volta em Copacabana, vovó!" Mais risadas. E a senhorinha resmungando qualquer coisa do tipo "fica com um sorriso na cara, não-sei-o-que-não-sei-o-que-lá", das pessoas que riam dela.
Fiquei me perguntando pra que tanta hostilidade da idosa? Por que as pessoas ficaram de deboche dela? Duas atitudes sem necessidade, que provam que a falta de educação é um dos principais males da sociedade. Como diria uma famosa jornalista, que deselegante.
10 de novembro de 2011
Só no cutuque
Cutucar é uma prática exercida por muitas pessoas dentro dos coletivos. Os dedinhos indicadores estão sempre a postos quando um cidadão quer perguntar se a pessoa à frente vai sair/descer do coletivo. Ouvi a seguinte história no metrô, da qual compartilho o sentimento da narradora.
Seis da tarde, entro no vagão feminino lotado da estação Uruguaiana. Duas senhoras próximas começam o diálogo:
- Você não prefere usar a tipoia não?
- Ah, não, incomoda muito. E não adianta porque ninguém vai dar o lugar. Prefiro ficar assim [ela estava com o cotovelo colado às costelas e a mão na altura do peito]
- Mas você não está sentindo mais dor? Com a tipoia pelo menos as pessoas têm cuidado em não esbarrar...
- Ninguém dá lugar não. Prefiro ficar sem, aí tomo cuidado para ninguém esbarrar [no cotovelo]. Mas outro dia eu estava em Madureira e um senhor me cutucou bem em cima do coltovelo. Respirei fundo, virei e perguntei o que ele queria. Acredita que o senhor falou "eu só queria pegar aquele papel ali". Aí tive que falar "o senhor não conhece aquelas palavras mágigas, 'dá licença', 'por favor'? Não precisa cutucar os outros". Ah, tive que falar, eu ensino meu filho a não cutucar os outros, basta pedir licença, perguntar. Não precisa encostar. É igual ao vagão e ônibus cheios. Outro dia ia descer e perguntei à moça na minha frente: "A senhora vai descer agora?". E nada. "A senhora vai descer no próximo ponto?" Nada de novo. Perguntei a terceira vez e como ela não me respondeu, cutuquei no ombro dela. A mulher virou com uma cara de "não-precisa-encostar" que eu fiquei com muita raiva. Pô, já tinha perguntado antes, ela não ouviu.
Realmente, dedinhos nervosos me irritam. Basta que as pessoas perguntem, pra que ficar no cutuque?
Depois que a campanha do fone de ouvido colar, acho que o fim do cutuque seria uma boa causa para uma campanha.
Seis da tarde, entro no vagão feminino lotado da estação Uruguaiana. Duas senhoras próximas começam o diálogo:
- Você não prefere usar a tipoia não?
- Ah, não, incomoda muito. E não adianta porque ninguém vai dar o lugar. Prefiro ficar assim [ela estava com o cotovelo colado às costelas e a mão na altura do peito]
- Mas você não está sentindo mais dor? Com a tipoia pelo menos as pessoas têm cuidado em não esbarrar...
- Ninguém dá lugar não. Prefiro ficar sem, aí tomo cuidado para ninguém esbarrar [no cotovelo]. Mas outro dia eu estava em Madureira e um senhor me cutucou bem em cima do coltovelo. Respirei fundo, virei e perguntei o que ele queria. Acredita que o senhor falou "eu só queria pegar aquele papel ali". Aí tive que falar "o senhor não conhece aquelas palavras mágigas, 'dá licença', 'por favor'? Não precisa cutucar os outros". Ah, tive que falar, eu ensino meu filho a não cutucar os outros, basta pedir licença, perguntar. Não precisa encostar. É igual ao vagão e ônibus cheios. Outro dia ia descer e perguntei à moça na minha frente: "A senhora vai descer agora?". E nada. "A senhora vai descer no próximo ponto?" Nada de novo. Perguntei a terceira vez e como ela não me respondeu, cutuquei no ombro dela. A mulher virou com uma cara de "não-precisa-encostar" que eu fiquei com muita raiva. Pô, já tinha perguntado antes, ela não ouviu.
Realmente, dedinhos nervosos me irritam. Basta que as pessoas perguntem, pra que ficar no cutuque?
Depois que a campanha do fone de ouvido colar, acho que o fim do cutuque seria uma boa causa para uma campanha.
9 de novembro de 2011
Rexona... não te abandona nem no coletivo
Em homenagem ao verão que se aproxima e aos cheirinhos 'gostosos' dos coletivos especialmente ao fim do dia, duas histórias envolvendo transporte público e desodorante.
Para começar, a história menos (oi?) esquisita: no metrô da linha 1 sentido zona sul, nosso colaborador Rondinele Soares observa que um estudante movimenta-se bastante no banco. Procura alguma coisa na mochila e quando encontra, saca seu desodorante aerosol. Rondinele, prevendo a cena, afasta-se na direção oposta do estudante. Pois o rapaz abriu e deu aquela caprichada nas axilas, perfumando todo o vagão (e a senhora que estava sentada ao lado dele). Não sei se é pior o fedor de fim de dia ou ficar inalando Axe durante a viagem.
Mas quem pensa que desodorante é só para as axilas se engana. Outro dia no ônibus descobri uma nova função. Sentei no último banco e um rapaz ao meu lado comia pipoca doce, daquelas da embalagem rosa. Ele acabou, amassou o saquinho e começou uma movimentação esquisita abrindo a mochila meio escondido.
A mochila estava no colo dele e o rapaz colocou as mãos por baixo dela. Fiquei com medo, pois não sabia exatamente o que ele estava fazendo com mãos. Dando uma espiada de rabo de olho, vi e não acreditei. Ele havia pego o desodorante spray (sim, daqueles que sai o líquido que escorre pelas axilas) e estava discretamente passando nas mãos, para limpá-las. E o gelzinho antisséptico, meu povo?
Para começar, a história menos (oi?) esquisita: no metrô da linha 1 sentido zona sul, nosso colaborador Rondinele Soares observa que um estudante movimenta-se bastante no banco. Procura alguma coisa na mochila e quando encontra, saca seu desodorante aerosol. Rondinele, prevendo a cena, afasta-se na direção oposta do estudante. Pois o rapaz abriu e deu aquela caprichada nas axilas, perfumando todo o vagão (e a senhora que estava sentada ao lado dele). Não sei se é pior o fedor de fim de dia ou ficar inalando Axe durante a viagem.
Mas quem pensa que desodorante é só para as axilas se engana. Outro dia no ônibus descobri uma nova função. Sentei no último banco e um rapaz ao meu lado comia pipoca doce, daquelas da embalagem rosa. Ele acabou, amassou o saquinho e começou uma movimentação esquisita abrindo a mochila meio escondido.
A mochila estava no colo dele e o rapaz colocou as mãos por baixo dela. Fiquei com medo, pois não sabia exatamente o que ele estava fazendo com mãos. Dando uma espiada de rabo de olho, vi e não acreditei. Ele havia pego o desodorante spray (sim, daqueles que sai o líquido que escorre pelas axilas) e estava discretamente passando nas mãos, para limpá-las. E o gelzinho antisséptico, meu povo?
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