Verão é tempo de praia, Sol, piscina, caminhada ao ar livre, Sol, prática de esportes, tomar sorvete, mais Sol e muito mais. No verão carioca, desumano em alguns dias, parece que tudo se intensifica, pela geografia da cidade, pela animação dos turistas e demais moradores.
Tudo muito bom, até a página 2, não é mesmo? Para quem precisa trabalhar, enfrentar coletivos sem ar e com coleguinhas suados, o verão é uó. Outro dia peguei um vagão do metrô que simplesmente não tinha ar condicionado. Estava mais agradável do lado de fora do que dentro da composição. Mas esse primeiro post sobre o verão (ahhh, o verão...) é para contar uma situação dentro de um ônibus, a uma semana do Natal.
Tinha um evento marcado para o sábado dia 17 de dezembro, um dos dias mais quentes do mês. Só que o evento era na hora do almoço (duplicamos ou talvez possamos triplicar o calor). Mas não era só isso. Era um dos primeiros fins de semana com Sol depois de tanta chuva aos sábados e domingos. E ainda estávamos a uma semana do Natal. Resultado: calor, muita gente na rua comprando presentes, muitos querendo ir à praia para aproveitar o dia. E eu só querendo chegar ao meu evento.
Era um churrasco no Alto da Boa Vista. Da Tijuca, onde peguei o ônibus, só há 3 linhas que passam por lá. E como demoram a passam. Fui obrigada a pegar o primeiro ônibus, ou me atrasaria. Peguei justamente a linha que vai pela praia da Barra. Conclusão? Coletivo cheio, muito calor e subindo a 20km/h.
Eu parecia uma chaleira. Acho que naquele dia todos os meus poros resolveram funcionar e liberar suor. Como estava quente. E cheio. E a cada ponto que o motorista parava, subia mais gente rumo à praia. E como aquilo me irritava. Com o peso, o ônibus praticamente subiu se arrastando. Acho que de primeira marcha.
Em determinado ponto, subiu uma senhora com os dois netos, que conseguiram se "acomodar" atrás de mim (estava no banco antes da porta especial para cadeirantes). E eles resolveram "narrar" a viagem inteira. Justo, afinal, criança precisa de distração. Mas aos berros no meu ouvido?
Era um tal de "'Alá' a casa grande!", "'Alá' as 'jaca' grandona!" e "Sabia que se o ônibus cair no barranco ele explode?", que foi o entretemimento da viagem. E isso tudo porque ainda nem era verão. Imagino o que ainda virá pela frente.
Muita gente aglomerada e em movimento. Falando, brigando, contando fofocas, lendo, ouvindo música, comendo... É assim todos os dias nos transportes coletivos do Rio de Janeiro. Conheça as histórias vividas - e observadas- pelos colaboradores deste blog dentro dos coletivos.
28 de dezembro de 2011
27 de novembro de 2011
Deselegante
Usuária do metrô em horários de pico, a gente vê e escuta muita coisa. Mas uma que me chamou a atenção foi uma senhora que estava sozinha indo da estação Saens Peña para a Central.
Ela estava apoiada na barra que fica bem na direção das portas e, pelo que percebi, estava sozinha. Era baixinha, cabelos brancos e muito resmungona. Queria sair na Central do Brasil. O vagão estava bem cheio. E ficaria lotado justamente na estação que a senhorinha queria descer. Um senhor que estava perto dela sugeriu: "A senhora vai descer na Central? Então é melhor ficar mais perto da porta, porque na Central enche muito". E fez um gesto com a mão indicando o "muito". A senhorinha simplesmente disse que não iria a lugar nenhum, e que desceria na Central. Um rapaz foi perguntar se ela queria sentar e ela respondeu deseducadamente que não queria sentar coisa nenhuma. Um poço de falta de educação.
Já mais perto da Central, o mesmo senhor insistiu novamente para a senhora ficar mais perto da porta ou não conseguiria sair. E ela respondeu grosseiramente de novo.
Quando as portas se abriram na Central, foi aquela confusão. Muitas pessoas entrando, a senhorinha querendo sair, alguns gritavam para ter cuidado com a idosa que queria sair e, no fim das contas, ela não conseguiu descer na estação.
Aí, um zé la do outro lado gritou: "Vai conhecer a Zona Sul, vovó!". E risadas como reposta. Não satisfeito, pronunciou-se novamente: "Var dar uma volta em Copacabana, vovó!" Mais risadas. E a senhorinha resmungando qualquer coisa do tipo "fica com um sorriso na cara, não-sei-o-que-não-sei-o-que-lá", das pessoas que riam dela.
Fiquei me perguntando pra que tanta hostilidade da idosa? Por que as pessoas ficaram de deboche dela? Duas atitudes sem necessidade, que provam que a falta de educação é um dos principais males da sociedade. Como diria uma famosa jornalista, que deselegante.
Ela estava apoiada na barra que fica bem na direção das portas e, pelo que percebi, estava sozinha. Era baixinha, cabelos brancos e muito resmungona. Queria sair na Central do Brasil. O vagão estava bem cheio. E ficaria lotado justamente na estação que a senhorinha queria descer. Um senhor que estava perto dela sugeriu: "A senhora vai descer na Central? Então é melhor ficar mais perto da porta, porque na Central enche muito". E fez um gesto com a mão indicando o "muito". A senhorinha simplesmente disse que não iria a lugar nenhum, e que desceria na Central. Um rapaz foi perguntar se ela queria sentar e ela respondeu deseducadamente que não queria sentar coisa nenhuma. Um poço de falta de educação.
Já mais perto da Central, o mesmo senhor insistiu novamente para a senhora ficar mais perto da porta ou não conseguiria sair. E ela respondeu grosseiramente de novo.
Quando as portas se abriram na Central, foi aquela confusão. Muitas pessoas entrando, a senhorinha querendo sair, alguns gritavam para ter cuidado com a idosa que queria sair e, no fim das contas, ela não conseguiu descer na estação.
Aí, um zé la do outro lado gritou: "Vai conhecer a Zona Sul, vovó!". E risadas como reposta. Não satisfeito, pronunciou-se novamente: "Var dar uma volta em Copacabana, vovó!" Mais risadas. E a senhorinha resmungando qualquer coisa do tipo "fica com um sorriso na cara, não-sei-o-que-não-sei-o-que-lá", das pessoas que riam dela.
Fiquei me perguntando pra que tanta hostilidade da idosa? Por que as pessoas ficaram de deboche dela? Duas atitudes sem necessidade, que provam que a falta de educação é um dos principais males da sociedade. Como diria uma famosa jornalista, que deselegante.
10 de novembro de 2011
Só no cutuque
Cutucar é uma prática exercida por muitas pessoas dentro dos coletivos. Os dedinhos indicadores estão sempre a postos quando um cidadão quer perguntar se a pessoa à frente vai sair/descer do coletivo. Ouvi a seguinte história no metrô, da qual compartilho o sentimento da narradora.
Seis da tarde, entro no vagão feminino lotado da estação Uruguaiana. Duas senhoras próximas começam o diálogo:
- Você não prefere usar a tipoia não?
- Ah, não, incomoda muito. E não adianta porque ninguém vai dar o lugar. Prefiro ficar assim [ela estava com o cotovelo colado às costelas e a mão na altura do peito]
- Mas você não está sentindo mais dor? Com a tipoia pelo menos as pessoas têm cuidado em não esbarrar...
- Ninguém dá lugar não. Prefiro ficar sem, aí tomo cuidado para ninguém esbarrar [no cotovelo]. Mas outro dia eu estava em Madureira e um senhor me cutucou bem em cima do coltovelo. Respirei fundo, virei e perguntei o que ele queria. Acredita que o senhor falou "eu só queria pegar aquele papel ali". Aí tive que falar "o senhor não conhece aquelas palavras mágigas, 'dá licença', 'por favor'? Não precisa cutucar os outros". Ah, tive que falar, eu ensino meu filho a não cutucar os outros, basta pedir licença, perguntar. Não precisa encostar. É igual ao vagão e ônibus cheios. Outro dia ia descer e perguntei à moça na minha frente: "A senhora vai descer agora?". E nada. "A senhora vai descer no próximo ponto?" Nada de novo. Perguntei a terceira vez e como ela não me respondeu, cutuquei no ombro dela. A mulher virou com uma cara de "não-precisa-encostar" que eu fiquei com muita raiva. Pô, já tinha perguntado antes, ela não ouviu.
Realmente, dedinhos nervosos me irritam. Basta que as pessoas perguntem, pra que ficar no cutuque?
Depois que a campanha do fone de ouvido colar, acho que o fim do cutuque seria uma boa causa para uma campanha.
Seis da tarde, entro no vagão feminino lotado da estação Uruguaiana. Duas senhoras próximas começam o diálogo:
- Você não prefere usar a tipoia não?
- Ah, não, incomoda muito. E não adianta porque ninguém vai dar o lugar. Prefiro ficar assim [ela estava com o cotovelo colado às costelas e a mão na altura do peito]
- Mas você não está sentindo mais dor? Com a tipoia pelo menos as pessoas têm cuidado em não esbarrar...
- Ninguém dá lugar não. Prefiro ficar sem, aí tomo cuidado para ninguém esbarrar [no cotovelo]. Mas outro dia eu estava em Madureira e um senhor me cutucou bem em cima do coltovelo. Respirei fundo, virei e perguntei o que ele queria. Acredita que o senhor falou "eu só queria pegar aquele papel ali". Aí tive que falar "o senhor não conhece aquelas palavras mágigas, 'dá licença', 'por favor'? Não precisa cutucar os outros". Ah, tive que falar, eu ensino meu filho a não cutucar os outros, basta pedir licença, perguntar. Não precisa encostar. É igual ao vagão e ônibus cheios. Outro dia ia descer e perguntei à moça na minha frente: "A senhora vai descer agora?". E nada. "A senhora vai descer no próximo ponto?" Nada de novo. Perguntei a terceira vez e como ela não me respondeu, cutuquei no ombro dela. A mulher virou com uma cara de "não-precisa-encostar" que eu fiquei com muita raiva. Pô, já tinha perguntado antes, ela não ouviu.
Realmente, dedinhos nervosos me irritam. Basta que as pessoas perguntem, pra que ficar no cutuque?
Depois que a campanha do fone de ouvido colar, acho que o fim do cutuque seria uma boa causa para uma campanha.
9 de novembro de 2011
Rexona... não te abandona nem no coletivo
Em homenagem ao verão que se aproxima e aos cheirinhos 'gostosos' dos coletivos especialmente ao fim do dia, duas histórias envolvendo transporte público e desodorante.
Para começar, a história menos (oi?) esquisita: no metrô da linha 1 sentido zona sul, nosso colaborador Rondinele Soares observa que um estudante movimenta-se bastante no banco. Procura alguma coisa na mochila e quando encontra, saca seu desodorante aerosol. Rondinele, prevendo a cena, afasta-se na direção oposta do estudante. Pois o rapaz abriu e deu aquela caprichada nas axilas, perfumando todo o vagão (e a senhora que estava sentada ao lado dele). Não sei se é pior o fedor de fim de dia ou ficar inalando Axe durante a viagem.
Mas quem pensa que desodorante é só para as axilas se engana. Outro dia no ônibus descobri uma nova função. Sentei no último banco e um rapaz ao meu lado comia pipoca doce, daquelas da embalagem rosa. Ele acabou, amassou o saquinho e começou uma movimentação esquisita abrindo a mochila meio escondido.
A mochila estava no colo dele e o rapaz colocou as mãos por baixo dela. Fiquei com medo, pois não sabia exatamente o que ele estava fazendo com mãos. Dando uma espiada de rabo de olho, vi e não acreditei. Ele havia pego o desodorante spray (sim, daqueles que sai o líquido que escorre pelas axilas) e estava discretamente passando nas mãos, para limpá-las. E o gelzinho antisséptico, meu povo?
Para começar, a história menos (oi?) esquisita: no metrô da linha 1 sentido zona sul, nosso colaborador Rondinele Soares observa que um estudante movimenta-se bastante no banco. Procura alguma coisa na mochila e quando encontra, saca seu desodorante aerosol. Rondinele, prevendo a cena, afasta-se na direção oposta do estudante. Pois o rapaz abriu e deu aquela caprichada nas axilas, perfumando todo o vagão (e a senhora que estava sentada ao lado dele). Não sei se é pior o fedor de fim de dia ou ficar inalando Axe durante a viagem.
Mas quem pensa que desodorante é só para as axilas se engana. Outro dia no ônibus descobri uma nova função. Sentei no último banco e um rapaz ao meu lado comia pipoca doce, daquelas da embalagem rosa. Ele acabou, amassou o saquinho e começou uma movimentação esquisita abrindo a mochila meio escondido.
A mochila estava no colo dele e o rapaz colocou as mãos por baixo dela. Fiquei com medo, pois não sabia exatamente o que ele estava fazendo com mãos. Dando uma espiada de rabo de olho, vi e não acreditei. Ele havia pego o desodorante spray (sim, daqueles que sai o líquido que escorre pelas axilas) e estava discretamente passando nas mãos, para limpá-las. E o gelzinho antisséptico, meu povo?
16 de outubro de 2011
A intimidade não é coletiva
É impressionante como as pessoas falam comigo ou perto de mim alguns assuntos no metrô. Minha irmã diz que é porque tenho cara de simpática, mas o que me acontece não é questão de simpatia minha, e sim falta de filtro do senso. Sexta-feira passada, como se não me bastasse estar em pé, numa viagem digna para quem mora longe e dentro de um vagão tenebroso, com mulheres que falam alto, gritam quando o carro faz curva (é o preço que eu pago para não ser sarrada,porque chego a ter medo de sair grávida do metrô misto, e sem saber quem é o pai, de tão perto que ficamos uns dos outros), e o que eu ia falar mesmo?Me perdi nas reclamações...
Ah,lembrei.Então, a moça do meu lado,distinta, com uma toalhinha na mão rosa, me olhou com cara de quem quer puxar assunto e disse: “Ai,estou com uma cólica”.Eu me compadeci na hora,porque sei como são essas coisas de cólicas e as pontadas e a viagem que não acaba e a vontade de sentar e a irritação porque seu sangue,seu útero e seus hormônios estão indo embora (lembrando isso tudo quase chorei). A moça distinta me disse então: “Comi uma paçoca, não posso comer essas coisas”, com cara de dor, falou de novo: “Ai,será que vai dar tempo de chegar até a Pavuna?”.
Deus, por quê? Por que as pessoas não guardam para elas algumas questões íntimas?
Se ia dar tempo até chegar na Pavuna, eu não sei, só sei que estava rezando para que o metrô virasse trem bala e chegasse logo na minha estação,porque para terminar meu dia só faltava eu ficar com uma mulher cagada do meu lado.
Ah,lembrei.Então, a moça do meu lado,distinta, com uma toalhinha na mão rosa, me olhou com cara de quem quer puxar assunto e disse: “Ai,estou com uma cólica”.Eu me compadeci na hora,porque sei como são essas coisas de cólicas e as pontadas e a viagem que não acaba e a vontade de sentar e a irritação porque seu sangue,seu útero e seus hormônios estão indo embora (lembrando isso tudo quase chorei). A moça distinta me disse então: “Comi uma paçoca, não posso comer essas coisas”, com cara de dor, falou de novo: “Ai,será que vai dar tempo de chegar até a Pavuna?”.
Deus, por quê? Por que as pessoas não guardam para elas algumas questões íntimas?
Se ia dar tempo até chegar na Pavuna, eu não sei, só sei que estava rezando para que o metrô virasse trem bala e chegasse logo na minha estação,porque para terminar meu dia só faltava eu ficar com uma mulher cagada do meu lado.
6 de outubro de 2011
Coletivo cheio? Estátua!
Como diz minha mãe, há gente que tem um parafuso lá. Não consegue ficar parada. Hiperatividade, TOC, pós-modernidade... whatever, no coletivo cheio não dá para ficar se mexendo. E sabe o porquê? Porque atrapalha o coleguinha que está ao redor.
Estava no elevador (sim, também é um transporte coletivo, como não?) e uma pessoa entrou com uma mochila nas costas. Sem qualquer noção de espaço, começou a mover-se e, óbvio, a esbarrar nos outros ao redor. O que fazer nesta hora? Lancei um olhar do tipo "dá-pra-ficar-quieto-coisa-ruim?!", mas a pessoa não se tocou. O pior é quando entram várias conversando e gesticulando. Pouco se importam se estão esbarrando nos outros com suas bolsas, pastas e afins.
Isso acontece porque as pessoas acham que a mochila, a bolsa, a pasta são extensões do corpo. Alou!! Não são! Esses penduricalhos incomodam. Quando vejo aquelas mulheres parecendo cabideiros cheios de bolsas começo a pensar: "vai esbarrar em alguém". O pior é quando a pessoa além de carregar trezentas e setenta e cinco bolsas ainda está acima do peso. Fato que vai encostar no colega transitório.
Algumas mulheres esquecem também da cabeleira e jogam o cabelo na face dos outros (isso já deu até confusão no metrô, segundo uma senhorinha que me contou uma história peculiar, que reproduzirei em outro post), fazendo-os a comer cabelo ou a coçar o nariz. Em outro momento de elevador, uma mulher entrou por último no espaço lotado e ficava balançando a cabeça pra esquerda e para direita, como se estivesse assistindo a uma partida de tênis. A sortuda atrás era eu, que pensava, "porque raios esta criatura está se mexendo assim?".
Então, aproveitando que o Dia das Crianças está chegando, gostaria de lembrar uma brincadeira que pode funcionar muito bem nos coletivos cheios, a da estátua. Porque importunar os outros não é brincadeira!
Estava no elevador (sim, também é um transporte coletivo, como não?) e uma pessoa entrou com uma mochila nas costas. Sem qualquer noção de espaço, começou a mover-se e, óbvio, a esbarrar nos outros ao redor. O que fazer nesta hora? Lancei um olhar do tipo "dá-pra-ficar-quieto-coisa-ruim?!", mas a pessoa não se tocou. O pior é quando entram várias conversando e gesticulando. Pouco se importam se estão esbarrando nos outros com suas bolsas, pastas e afins.
Isso acontece porque as pessoas acham que a mochila, a bolsa, a pasta são extensões do corpo. Alou!! Não são! Esses penduricalhos incomodam. Quando vejo aquelas mulheres parecendo cabideiros cheios de bolsas começo a pensar: "vai esbarrar em alguém". O pior é quando a pessoa além de carregar trezentas e setenta e cinco bolsas ainda está acima do peso. Fato que vai encostar no colega transitório.
Algumas mulheres esquecem também da cabeleira e jogam o cabelo na face dos outros (isso já deu até confusão no metrô, segundo uma senhorinha que me contou uma história peculiar, que reproduzirei em outro post), fazendo-os a comer cabelo ou a coçar o nariz. Em outro momento de elevador, uma mulher entrou por último no espaço lotado e ficava balançando a cabeça pra esquerda e para direita, como se estivesse assistindo a uma partida de tênis. A sortuda atrás era eu, que pensava, "porque raios esta criatura está se mexendo assim?".
Então, aproveitando que o Dia das Crianças está chegando, gostaria de lembrar uma brincadeira que pode funcionar muito bem nos coletivos cheios, a da estátua. Porque importunar os outros não é brincadeira!
16 de setembro de 2011
"Os Nem", "As Nem" e "Os pessoal TUDO!"
Mas afinal, quem são eles?
De onde surgem?
Ninguém sabe ao certo quem são ou de onde essas "figuras" surgem, mas sabemos que incomodam e muito a todos nós, passageiros de coletivos que não fazemos parte desse determinado grupo.
Quem, ao embarcar no coletivo, nunca encontrou um "nem" ou uma "nem", ouvindo um "Pancadão", ou melhor, obrigando a todos que ali estão, a ouvirem aquele barulho ensurdecedor e de péssima qualidade?
E vou além, há vários tipos de "nem". Sim, existe o "roqueiro nem" - ele senta do seu lado ao som de um Heavy Metal e começa a se mexer como se estivesse tocando uma guitarra, bate os pés no chão, pisa nos seus, não pede desculpas e, como se não bastasse, ainda te chama de preconceituoso e sem cultura se você pedir a ele que se "controle".
Há também o "crente nem", ouvem louvores com as mais bonitas letras, que realmente tocam o coração, mas, ainda assim acabam incomodando os demais passageiros.
Outro tipo, são "os nem cultos", geralmente com uma idade mais elevada, acham que vão salvar o PLANETA ouvindo "Good Times"; eles se distraem com a música lenta e acabam dormindo no seu ombro, babam em você e ainda te chamam de jovem abusado por acordá-los mesmo que delicadamente.
É o que acontece nos coletivos do Rio de Janeiro.
De onde surgem?
Ninguém sabe ao certo quem são ou de onde essas "figuras" surgem, mas sabemos que incomodam e muito a todos nós, passageiros de coletivos que não fazemos parte desse determinado grupo.
Quem, ao embarcar no coletivo, nunca encontrou um "nem" ou uma "nem", ouvindo um "Pancadão", ou melhor, obrigando a todos que ali estão, a ouvirem aquele barulho ensurdecedor e de péssima qualidade?
E vou além, há vários tipos de "nem". Sim, existe o "roqueiro nem" - ele senta do seu lado ao som de um Heavy Metal e começa a se mexer como se estivesse tocando uma guitarra, bate os pés no chão, pisa nos seus, não pede desculpas e, como se não bastasse, ainda te chama de preconceituoso e sem cultura se você pedir a ele que se "controle".
Há também o "crente nem", ouvem louvores com as mais bonitas letras, que realmente tocam o coração, mas, ainda assim acabam incomodando os demais passageiros.
Outro tipo, são "os nem cultos", geralmente com uma idade mais elevada, acham que vão salvar o PLANETA ouvindo "Good Times"; eles se distraem com a música lenta e acabam dormindo no seu ombro, babam em você e ainda te chamam de jovem abusado por acordá-los mesmo que delicadamente.
É o que acontece nos coletivos do Rio de Janeiro.
15 de setembro de 2011
Linda do ônibus
Ando de ônibus todos os dias.
Semana passada, consegui um lugar para sentar, bem em cima do pequenino amortecedor do veículo, que pula bastante. Como não sou gato e nem tão pouco tenho sobrenome Reymond, geralmente (nunca) as mulheres bonitas sentam ao meu lado. Mas hoje não! Ah! Hoje foi diferente, uma loira linda, com seus 1,80 m de altura, sentou-se ao meu lado. Reparei primeiro no busto e depois no nariz, vermelho e bem lubrificado: ela estava gripada e no primeiro espirro, atchim, nem pensou em colocar a mão na porra da boca. Óbvio que voaram respingos no meu corpo todo. Eu olhei logo de cara feia, ela percebeu, e no segundo espirro, atchim, ela levou a mão a boca, para em seguida me pedir desculpas, colocando suas mãos sobre as minhas, num gesto de carinho (nojentinho).
Semana passada, consegui um lugar para sentar, bem em cima do pequenino amortecedor do veículo, que pula bastante. Como não sou gato e nem tão pouco tenho sobrenome Reymond, geralmente (nunca) as mulheres bonitas sentam ao meu lado. Mas hoje não! Ah! Hoje foi diferente, uma loira linda, com seus 1,80 m de altura, sentou-se ao meu lado. Reparei primeiro no busto e depois no nariz, vermelho e bem lubrificado: ela estava gripada e no primeiro espirro, atchim, nem pensou em colocar a mão na porra da boca. Óbvio que voaram respingos no meu corpo todo. Eu olhei logo de cara feia, ela percebeu, e no segundo espirro, atchim, ela levou a mão a boca, para em seguida me pedir desculpas, colocando suas mãos sobre as minhas, num gesto de carinho (nojentinho).
14 de setembro de 2011
Histórias de metrô
Aconteceu em maio, enquanto estava no metrô. Lembrei na hora de Juliana Rettich, Luciana Lobão e galiotto, em um feriadão em Saquarema...
Contexto: um homem e uma mulher que embarcaram na Central conversavam sobre alguma comemoração no fim de semana.
- Acho que vou levar um vinho.
- Ah, leva o galiotto, é o melhor.
- É, vou levar esse.
- Mas, ó, leva quente, vinho quente é que é bom.
- Ah, não, tem que colocar umas pedrinhas de gelo.
- Que gelo o quê? Vai ficar aguado.
- Mas quente só é bom...
Contexto: um homem e uma mulher que embarcaram na Central conversavam sobre alguma comemoração no fim de semana.
- Acho que vou levar um vinho.
- Ah, leva o galiotto, é o melhor.
- É, vou levar esse.
- Mas, ó, leva quente, vinho quente é que é bom.
- Ah, não, tem que colocar umas pedrinhas de gelo.
- Que gelo o quê? Vai ficar aguado.
- Mas quente só é bom...
Início
Muita gente aglomerada e em movimento. Falando, brigando, contando fofocas, lendo, ouvindo música, comendo... É assim todos os dias nos transportes coletivos do Rio de Janeiro. Este blog nasceu com a intenção de retratar as histórias vividas - e observadas- por seus colaboradores dentro dos ônibus e metrô.
Cada um de nós segue para diferentes partes da cidade todos os dias. Mas cada dia é diferente. Uma nova história pode surgir quando você dá a sorte (?) de entrar no vagão em que aquele grupo está programando o fim de semana. Ou pegar aquele ônibus lotado, ficar cara a cara com o trocador e ter de estudar em pé mesmo.
Andar nos coletivos da cidade maravilhosa rende muitas histórias....
Cada um de nós segue para diferentes partes da cidade todos os dias. Mas cada dia é diferente. Uma nova história pode surgir quando você dá a sorte (?) de entrar no vagão em que aquele grupo está programando o fim de semana. Ou pegar aquele ônibus lotado, ficar cara a cara com o trocador e ter de estudar em pé mesmo.
Andar nos coletivos da cidade maravilhosa rende muitas histórias....
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